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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cuco-canoro

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS:
O Cuco-canoro é uma ave pertencente à Ordem dos Cuculiformes e à Família Cuculidae, que tem de comprimento entre 32 e 34 cm, de envergadura entre 55 e 60 cm e que pesa cerca de 100 gramas. A sua silhueta é marcada por uma cauda comprida, com quase metade do comprimento total da ave e por asas estreitas, compridas e pontiagudas. A cabeça é pequena e o bico é curvo. A plumagem do macho e da fêmea é semelhante, com a parte superior, a cabeça e o pescoço cinzentos, e a parte inferior branca com barras pretas ou castanhas, que formam um padrão de riscas transversais. A cauda é mais escura, quase negra, com as extremidades das penas em branco. Mais raramente, as fêmeas ostentam este padrão, mas com uma coloração ruiva. A vocalização característica do Cuco, que originou o seu nome científico e vernáculo, é muitas vezes o sinal mais óbvio da presença da espécie.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA:O Cuco-canoro distribui-se desde o Norte de África e Península Ibérica, até à Península de Kamchatka, no extremo oriental da Rússia, passando pelas Ilhas Britânicas, pela Escandinávia, Sibéria, Índia, China, Vietname e Japão. Inverna na África Sub-saariana, no Sul da Índia, no Sudoeste Asiático e nas Filipinas.
Na Europa, a distribuição do Cuco é bastante contínua, ocorrendo em 37 países diferentes, com um efectivo populacional estimado num milhão e meio de indivíduos. As densidades de Cuco estão, aparentemente, bastante relacionadas com as densidades das espécies que parasitam.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO:Ainda que à escala europeia a área de distribuição do Cuco se tenha mantido estável ao longo do século XX, pensa-se que devido à destruição do habitat, a população tenha sofrido uma diminuição, em particular durante a década de setenta, nos países Escandinavos, nos estados Bálticos e no Reino Unido. Mesmo assim, esta espécie não se encontra entre as espécies europeias de conservação prioritária, e o seu estatuto de ameaça é considerado Seguro.

HABITAT:É uma espécie bastante ecléctica na selecção do habitat, que é sobretudo condicionada pela presença de hospedeiros. No entanto, rejeita a tundra árctica, as zonas desérticas, as florestas muito densas e as zonas urbanas. Em África, existem registos da invernada em savana e em zonas de coqueiros. Em Portugal ocorre em zonas de montados, pomares, sebes, matas, caniçais e matagais.

ALIMENTAÇÃO:Ainda que existam vários casos documentados da ingestão de frutos, plantas, anfíbios e aracnídeos, os Cucos ingerem maioritariamente insectos, em particular lagartas. De uma forma geral, os Cucos detectam as suas presas a partir de um ponto elevado, como uma árvore ou um poste, e depois capturam-nas do solo, de um tronco ou de uma parede, por vezes sem poisar.

REPRODUÇÃO:Não obstante a existência de alguns casos, embora raríssimos, de fêmeas de Cucos que criaram a sua própria prole, a principal particularidade da Família Cuculidae prende-se com o facto de se tratarem de aves que parasitam outras, que lhes incubam os ovos e lhes alimentam as crias. Só na Europa sabe-se que esta espécie parasita mais de 100 espécies de aves diferentes, embora cada fêmea se especialize numa espécie em particular.
Os Cucos são uma espécie promíscua, ou seja, as fêmeas e os machos acasalam com vários indivíduos. No início da estação, as fêmeas procuram activamente ninhos para parasitarem. Caso a estação já esteja adiantada, podem destruir a postura ou mesmo o ninho encontrado, para que o hospedeiro tenha que fazer uma segunda postura, abrindo assim uma nova oportunidade ao parasita. Uma vez seleccionado o ninho, a fêmea espera uma ausência dos progenitores para dele se acercar, pondo lá um ovo. Ao espalhar os seus ovos por diferentes ninhos, os Cucos asseguram uma maior probabilidade de pelo menos algum deles ter sucesso.

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